GEOGRAFIA

CLIMA

O Clima da região, segundo a classificação de KOPPEN, corresponde a um clima mesotérmico, tipo subtropical da classe Cfa., com chuvas regularmente distribuídas durante o ano. O Município está situado a 218 metros acima do nível do mar.
A precipitação média é de 1.350 mm, com uma variação de 20%. A distribuição desta precipitação durante o ano situa-se em torno de 34% no inverno, 25% na primavera, 25% no outono e 16% no verão.
A temperatura média anual é de 17,6° C. A média do mês mais quente (janeiro) é de 24° C e do mês mais frio (junho) 12,5°C.
As temperaturas extremas são - 4° C no mês mais frio e 41° C no mês mais quente.
A umidade relativa do ar oscila de 75 a 85%.
A insolação anual é de 2.444 horas.
A formação de geadas ocorre de abril a outubro, com maior incidência nos meses de junho a agosto.
Os ventos predominantes são de setembro a abril - Sudeste -, e de maio a agosto - Nordeste.
As condições climáticas do município permitem a realização de cultivos tanto de inverno (trigo, centeio, aveia, cevada, forrageira de ciclo hibernal), como de verão (milho, arroz, soja, sorgo, forrageira de ciclo estival).
Sob o ponto de vista climático, a fruticultura, principalmente a viticultura, teria amplas e bem sucedidas condições de desenvolvimento no município.

HIDROGRAFIA

O sistema hidrográfico do município acha-se dividido em três bacias.
Os cursos d’água situados ao Norte do município pertencem à bacia do Rio Camaquã. Este tem suas nascentes nos municípios de Bagé e Lavras do Sul, seguindo seu curso, no sentido N, NE, ao longo do qual estabelece limites com o municípios de Lavras do Sul e Caçapava do Sul. Os principais afluentes do Camaquã são os arroios do Tigre, das Palmas, Lichiguana e Torrinhas ou Velhaco.
A bacia do Camaquã situa-se nos subdistritos de Joca Tavares e Palmas.
A Sudeste do município situa-se a bacia do Rio Jaguarão, cujos principais afluentes são os arroios Candiota, Jaguarão Chico e Jaguarão Grande. Os cursos d’água desta bacia situam-se na área do distrito de Seival, Aceguá e subdistrito de Tupi Silveira.
A Sudoeste encontramos a bacia do Rio Negro, cujos principais afluentes são os arroios Piraí, Quebracho, Quebrachinho, Gontam e Bagé. Esta bacia situa-se nos distritos de Bagé (subdistritos de Piraí e Bagé), José Otávio e Aceguá.

VEGETAÇÃO

De uma forma geral, predomina no município uma vegetação tipo campestre, formada principalmente por gramíneas das famílias TERIBUS ANDROPOGONEAE e PANICEAE.
Fazem parte também da formação vegetal plantas pertencentes a outras famílias: LEGUMINOSAE, COMPOSITAE, VERBENACEAE, OXALIDACEAE, MIRTACEAE.
No entanto, como conseqüência das diversificações de relevos e tipos de solos, ocorrem variações nesta formação campestre.

A seguir, sumarizamos as principais características:

  1. Na região correspondente aos distritos de José Otávio, Aceguá e Bagé (subdistritos de Bagé e Piraí) encontramos, os chamados campos finos, situados sobre os solos das unidades de mapeamento: Piraí, Bagé e Aceguá. São campos que apresentam cobertura acima de 80%, formada por um grande número de espécies de gramíneas erizomatosas e estoloníferas e boa freqüência de leguminosas. Estes campos apresentam boa produção forrageira e uma capacidade média de suporte de 1 bovino/ha, com acentuados ganhos de peso no verão.
    Nos distritos de Seival e no sul do subdistrito de Joca Tavares, registra-se a ocorrência dos chamados "campos mistos". Este tipo de campo apresenta uma cobertura vegetal em torno de 60%, formada por várias espécies de gramíneas (muitas cespitosas e de alto porte, quando inadequadamente utilizadas) com predominância de grama forquilha (Paspalum Notatum) e regular incidência de leguminosas. São campos capazes de suportar uma otação de 0,5 a 0,7 bovinos/ha, apresentando ganho de peso no verão e perdas no inverno (até 30%).
  2. Nos subdistritos de Joca Tavares, Palmas e parte de Seival, em função do relevo acidentado, a formação vegetal se compõe de mata subtropical rala, associada à vegetação campestre.
    • A vegetação arbustiva é rala, formando caponetes isolados nos campos. As principais espécies que ocorrem são:

    • Vassoura Vermelha (Dondonea Viscosa)
    • Aroeira do Campo (Lithrae Brasilienses)
    • Capororoca (Myersine Umbellata)
    • Taleira (Celtis Tala)
    • Vassoura (Baccharis sp.)
    • Araçá (Psidium sp.)
    • Pitangueira (Stencalyx sp.)
    • Camboim (Eugenia sp.) e outras mirtáceas de caule retorcido.

    Quando existem condições de umidade favoráveis, como encostas úmidas e cursos d’água, a vegetação inclui árvores altas como:
    • Cedro, caneleira (Nectandra sp.)
    • Açoita cavalo (Luchea Devaricata)

    A mata subtropical, associada à formação campestre, está presente em todos os solos da Serra do Sudeste.

  3. Além da mata subtropical já referida, ocorrem matas de galeria ao longo dos principais cursos d’água.

GEOLOGIA

A Região Sul do Brasil pode ser dividida em unidades geológicas bem divididas e distintas.
Essas unidades possuem uma distribuição no tempo e no espaço, pois representam, geocronologicamente, uma coluna que se estende desde a era Pré-Cambriana até o período recente, cobrindo vastas áreas da região.
Segundo a área de ocorrência, ou seja, segundo a distribuição espacial, podem ser distinguidas em quatro unidades geológicas, que são: derrames de lavas básicas, sedimentos gondwânicos, maciços rochosos ígneos e metamórficos e sedimentos de idade recente.
No município de Bagé, temos destacadamente as seguintes unidades geológicas:
Sedimentos gondwânicos, ou seja, rochas sedimentares formadas a partir das rochas ígneas e/ou metamórficas do escudo cristalino. As rochas se desgastaram e se depositaram numa depressão em forma de faixa, chamada de faixa gondwânica.
Os depósitos carboníferos pertencem a esta unidade. Aí se encontram também os depósitos de calcário sedimentar e caulim.
Maciços rochosos, ígneos e metamórficos, conhecidos como "Escudo Cristalino ". Nesta unidade estão as possibilidades de ocorrência dos depósitos minerais metálicos e nãometálicos econômicos exploráveis, a exemplo do cobre e calcário de Bagé.

SOLOS

Tomando-se por base os critérios para a classificação dos solos, em função de sua capacidade de uso, apresentamos uma descrição geográfica aproximada das principais unidades de mapeamento de solos que ocorrem nos diversos distritos e subdistritos do município de Bagé, elaborada pelo Engenheiro Agrônomo Dr. Walfredo dos Santos Leal de Macedo:
Unidade de mapeamento de Bagé - Esta unidade situa-se na maior parte do 2° subdistrito de Joca Tavares, na divisa com o distrito de José Otávio, parte no 1° subdistrito de Bagé e praticamente em quase todo o distrito de Aceguá.
Unidade de mapeamento de Aceguá - Esta unidade ocorre em parte do distrito de Aceguá, fronteira com o subdistrito de Tupi Silveira e praticamente na totalidade deste último, além de pequena parte do 1° subdistrito de Seival.
Unidade de mapeamento de Hulha Negra - Esta unidade de mapeamento ocorre em pequena parte no norte do distrito de Aceguá, fronteira com o Município de Hulha Negra. Parte na região norte do distrito de Tupi Silveira e numa ocorrência no distrito de Seival, divisa com Tupi Silveira.
Unidade de mapeamento Bexigoso - Esta unidade de mapeamento cobre aproximadamente metade do 2° subdistrito de Joca Tavares, metade do distrito de José Otávio, quase totalidade do 1° subdistrito de Bagé, parte norte do município de Hulha Negra e a parte central do distrito de Seival.
Unidade de mapeamento de Santa Tecla - Esta unidade ocorre a partir da parte noroeste e nordeste do distrito de José Otávio em direção ao município de Pinheiro Machado, abrangendo a parte central e sul do 2° subdistrito de Joca Tavares, uma pequena parte do norte do 1° subdistrito de Bagé, região do Forte de Santa Tecla, parte do norte do 1° subdistrito de Seival e a parte sul do 2° subdistrito de Palmas.
Unidade de mapeamento de Pinheiro Machado - Esta unidade ocorre a partir do centro e em direção ao norte do distrito de José Otávio, abrangendo quase toda a totalidade do 2° subdistrito de Palmas.
Planos solos - Ocorrem nas partes planas às margens dos rios e arroios e situam-se principalmente no 3° subdistrito do Piraí, no 1° subdistrito de Aceguá e no município de Hulha Negra.


Observação: Existe a ocorrência de outras unidades de mapeamento do município que, devido à sua extensão mais restrita, não foram citadas. Todavia numa descrição pormenorizada, considerando-se detalhes em nível de propriedade, podem ter importância.

DESVIOS ECOLÓGICOS

No ambiente urbano, os principais desvios ambientais se caracterizam por:
  • perda de cobertura vegetal;
  • perda de mata ciliar;
  • erosão;
  • agrotóxicos (contaminação da água, do solo, dos animais, destinação das embalagens);
  • assoreamento dos cursos d’água;
  • contaminação dos recursos hídricos (Arroio Bagé, Gontan, Pedreira do Lixão);
  • esgotamento do solo;
  • destinação de resíduos sólidos (lixão: depósito inadequado e depósitos clandestinos);
  • falta de planejamento e educação ambiental;
  • poluição do ar (queimadas);
  • saneamento básico ineficiente.